O Liceu Salazar, em Lourenço Marques (actual Maputo), foi inaugurado em 6 de Outubro de 1952, representando uma das mais importantes construções educacionais do período colonial português em Moçambique. Projectado em estilo modernista, destacou-se pelo uso de materiais como vidro e mármore e por sua grandiosidade, tendo sido considerado na época o maior e melhor do território português.
A obra foi realizada sob supervisão de engenheiros portugueses, com custo total de 58.500 contos (ver thelagoabay), incluindo mobiliário e equipamentos didácticos. O prédio possuía áreas amplas, como corredores totalizando 2.700 metros, dois ginásios, piscina de mármore, biblioteca, laboratório e um salão de festas com capacidade para 1.500 pessoas. A área total do complexo era de 29.000 m², sendo 9.000 m² construídos. O liceu também contava com infra-estrutura moderna para a época, como elevadores, rede telefónica interna e instalações desportivas.
O Liceu Salazar foi nomeado em homenagem a António de Oliveira Salazar, Presidente do Conselho de Ministros de Portugal entre 1932 e 1968, período em que liderou o regime autoritário do Estado Novo. Uma estátua de pedra representando Salazar decorava originalmente o átrio central do liceu, localizada em frente à entrada principal. Em 1962, a estátua foi destruída por um engenho explosivo, sendo rapidamente substituída por outra feita de metal.
Após a Revolução dos Cravos, em Abril de 1974, e a consequente queda do regime, a estátua foi removida definitivamente. Durante um breve período, o liceu foi renomeado como “5 de Outubro” — referência à proclamação da República em Portugal em 1910. Posteriormente, o liceu foi renomeado para Escola Secundária Josina Machel, em homenagem à activista da independência moçambicana e primeira esposa de Samora Machel, que faleceu em Dar-es-Salaam em 1971.