A Vila Algarve é uma edificação histórica localizada em Maputo, na zona nobre da Polana, construída em 1934. Originalmente uma residência privada, o edifício destaca-se por sua arquitetura eclética e pelos painéis de azulejos decorativos que adornam suas fachadas.
Durante o período colonial, a Vila Algarve ganhou notoriedade ao ser utilizada como quartel-general da PIDE/DGS, a polícia secreta portuguesa. Nesse local, muitos moçambicanos foram interrogados, torturados e, em alguns casos, executados devido às suas ligações com movimentos de libertação nacional.
Após a independência de Moçambique em 1975, o edifício não foi reaproveitado e permaneceu abandonado, necessitando de permissões governamentais especiais para acesso. Residentes locais afirmam que a estrutura foi mantida nessa condição para servir como um lembrete dos atos cruéis praticados durante o regime colonial.
Em 1999 a Ordem dos Advogados de Moçambique adquiriu o imóvel, planeando instalar a sua sede nele. O custo da reabilitação ficou estimado em 400.000 euros, entretanto, a Ordem abandonou os seus planos e cedeu o edifício ao Ministério da Cultura.
Em Fevereiro de 2011, o então presidente Armando Guebuza anunciou planos para restaurar a Vila Algarve e transformá-la em um museu dedicado aos veteranos da guerra civil. No entanto, até o momento, não há informações sobre o início das obras de requalificação, e o edifício continua em estado de deterioração.
A Vila Algarve está localizada na intersecção da Avenida Mártires da Machava com a Avenida Ahmed Sekou Touré, em Maputo. Apesar de seu estado atual, o edifício permanece como um símbolo significativo da história moçambicana, representando tanto a opressão do período colonial quanto a resistência e resiliência do povo de Moçambique.