Moçambique acaba de ganhar uma nova opção para o transporte aéreo interno. A Solenta Aviation Moçambique, uma companhia aérea com uma longa trajectória no país, recebeu oficialmente o Certificado de Operador Aéreo (AOC), autorizando o início das suas operações comerciais regulares em rotas domésticas. Esta novidade marca um importante passo para o sector do turismo e mobilidade interna, num momento em que o país procura diversificar e melhorar os serviços de aviação.
Um regresso com história
A Solenta Aviation não é uma novata em território moçambicano. Presente no país há mais de 15 anos, a companhia operava essencialmente voos charter para os sectores de mineração, gás e turismo, com forte presença nas regiões norte e centro. Desde 2009, gerou dezenas de postos de trabalho e manteve um compromisso contínuo com os mais altos padrões operacionais, mesmo sem voos comerciais regulares.
Agora, com o certificado obtido em Maio de 2025, a Solenta Moçambique entra num novo capítulo, apostando numa oferta regular de voos domésticos sob a marca fastjet, com o objectivo de conectar mais eficientemente os principais centros urbanos do país. A companhia destaca-se pelo seu capital maioritariamente moçambicano e pela aposta na contratação local de tripulações e equipas técnicas, o que fortalece ainda mais sua ligação com o país.
Novos destinos, mais opções para o turismo
A Solenta prevê operar inicialmente com uma frota de quatro aeronaves Embraer ERJ-145, com capacidade para cerca de 50 passageiros. Os primeiros destinos programados incluem rotas estratégicas como:
- Maputo – Beira
- Maputo – Nampula
- Maputo – Quelimane
- Maputo – Tete
Estes destinos são fundamentais tanto para a mobilidade de negócios quanto para o desenvolvimento do turismo doméstico, ligando o sul ao centro e norte do país. Com o tempo, espera-se também o lançamento de ligações regionais, incluindo Joanesburgo (África do Sul) e Vilankulo, um dos principais destinos turísticos de praia em Moçambique.
Uma alternativa bem-vinda
O cenário da aviação nacional tem sido dominado por poucos operadores, com a LAM – Linhas Aéreas de Moçambique – a manter o monopólio da maioria das rotas. A entrada da Solenta representa não apenas uma nova opção para os passageiros, mas também uma oportunidade para melhoria dos serviços, competitividade nos preços e maior conectividade entre províncias.
A expectativa é de que a companhia traga uma abordagem diferente, focada em pontualidade, segurança e atendimento ao cliente, sem depender de guerras de preços que comprometem a sustentabilidade das operações.
Impacto no sector turístico
Para o sector do turismo, a chegada da Solenta à aviação comercial regular é uma excelente notícia. Lugares como Ilha de Moçambique, Parque Nacional da Gorongosa, Inhambane, Vilankulo, Gurúè, entre outros, podem beneficiar enormemente com voos mais acessíveis e frequentes, facilitando a chegada de visitantes nacionais e estrangeiros.
Além disso, com mais ligações e horários flexíveis, cresce também o turismo de negócios, cultural e ecológico, ajudando a descentralizar os fluxos turísticos e gerar rendimento local nas comunidades que vivem do turismo.
Uma nova fase para a aviação nacional
O processo de certificação e entrada em operação da Solenta Aviation não foi isento de desafios. A companhia chegou a denunciar atrasos “anormais” na emissão da licença final, mesmo após o pagamento de todas as taxas e entrega de documentação. No entanto, com o certificado finalmente nas mãos, a Solenta já deu início aos preparativos finais: aeronaves posicionadas, pessoal treinado, contractos com fornecedores assinados e comunicações institucionais em curso.