Viajar para o estrangeiro exige planeamento e atenção aos detalhes. Entre vistos, passagens, e reservas, muitas vezes esquecemos de considerar o que pode ou não estar na bagagem. Um dos pontos mais ignorados, mas potencialmente problemáticos, é o transporte de medicamentos em viagens internacionais. Levar remédios errados, proibidos ou sem documentação adequada pode causar transtornos sérios em aeroportos e fronteiras, incluindo multas, confiscação ou até detenção. Por isso, é essencial saber quais medicamentos não devemos levar em uma viagem internacional.
Medicamentos proibidos ou controlados em outros países
Cada país tem as suas próprias regras sobre medicamentos permitidos e proibidos, e algo de uso comum em Moçambique pode ser considerado ilegal em outro destino. Um exemplo clássico é a codeína, um analgésico comum em xaropes para tosse, que é considerada substância controlada em países como os Emirados Árabes Unidos, Japão e Singapura. Levar esse tipo de medicamento sem autorização médica ou sem uma declaração oficial pode resultar em problemas legais.
Outros exemplos incluem:
- Remédios que contêm substâncias como tramadol, diazepam, clonazepam, lorazepam e metilfenidato (frequentemente usados para dor, ansiedade ou déficit de atenção). Muitos desses fármacos são regulamentados como narcóticos em alguns países, e só podem ser transportados com receita médica oficial, tradução juramentada e, em alguns casos, autorização prévia da embaixada.
- Anabolizantes ou hormônios (mesmo com prescrição), que são controlados em quase todo o mundo e exigem documentação especial.
- Medicamentos fitoterápicos ou caseiros não reconhecidos internacionalmente, como chás, pó de raízes ou cápsulas feitas artesanalmente, que podem ser barrados por não conterem rótulo ou por desrespeitar normas sanitárias internacionais.
Como evitar problemas com medicamentos na alfândega
Para evitar dores de cabeça na sua viagem internacional, o ideal é levar apenas os medicamentos essenciais e seguir estas orientações práticas:
- Leve os medicamentos na embalagem original, com o rótulo legível contendo o nome do princípio activo e dosagem.
- Tenha sempre uma receita médica actualizada, preferencialmente em inglês ou na língua oficial do país de destino. A receita deve conter o nome completo do paciente, a assinatura e o carimbo do médico, além da justificativa para o uso do medicamento.
- Transporte os medicamentos na bagagem de mão, especialmente se forem de uso contínuo ou de emergência. Isso evita perdas e garante acesso rápido durante o voo.
- Pesquise previamente as regras do país de destino. Muitos países oferecem listas públicas com os medicamentos proibidos ou controlados. Vale consultar o site oficial da embaixada ou do ministério da saúde do local para confirmar o que é permitido.
- Evite levar grandes quantidades. Leve somente o necessário para a duração da viagem, somado a alguns dias extra em caso de atrasos. Grandes volumes de medicamentos podem ser mal interpretados como tentativa de tráfico ou comércio ilegal.
Alternativas e cuidados adicionais
Se você precisa de um medicamento que está na lista de substâncias controladas no país de destino, há soluções. Algumas embaixadas permitem solicitar uma autorização especial antes da viagem. Esse processo pode levar alguns dias ou semanas, portanto deve ser feito com antecedência.
Também é importante levar consigo uma carta do médico explicando a sua condição de saúde, especialmente em casos de doenças crónicas como diabetes, epilepsia ou transtornos psiquiátricos. Essa carta ajuda a justificar o porte de seringas, insulina ou psicotrópicos durante a viagem.
Não menos importante, ao comprar medicamentos fora do país, tenha cuidado com a falsificação ou diferença de composição. Alguns remédios vendidos no estrangeiro possuem dosagens ou ingredientes diferentes, mesmo com nomes semelhantes.