Moçambique está a abrir novas rotas no céu — e no desenvolvimento. Com uma aposta clara na modernização das infra-estruturas aeroportuárias e na ampliação da conectividade interna e internacional, o país consolida-se como um destino turístico competitivo e sustentável.
No centro desta transformação está a empresa Aeroportos de Moçambique, que trabalha para transformar cada pista de aterragem em uma porta aberta para oportunidades de investimento, negócios e lazer.
Conectividade como Motor do Turismo
O turismo é hoje um dos sectores mais estratégicos para a diversificação da economia moçambicana, e os aeroportos assumem papel fundamental nesse processo. São o primeiro ponto de contacto de quem chega ao país e, muitas vezes, o cartão de visita que molda a primeira impressão do viajante.
“Os aeroportos são um braço do turismo, e o turismo precisa de conectividade. Se tivermos pontos de entrada de referência, como Vilankulo, Beira e Nacala, garantimos que os turistas que vêm de longe encontrem novas rotas e melhores condições para chegar aos seus destinos”, explica Fonseca da Fonseca, administrador operacional da empresa Aeroportos de Moçambique.
O gestor destaca a relação simbiótica entre os dois sectores: “Os aeroportos sobrevivem do turismo, e o turismo sobrevive dos aeroportos. Queremos fazer desta relação um verdadeiro motor de crescimento”.
Novas Rotas e Expansão de Infra-estruturas
A expansão das rotas aéreas é um dos pilares centrais do plano de desenvolvimento da empresa. Nos últimos meses, novas ligações domésticas e internacionais foram anunciadas, reforçando a integração de Moçambique com a região e com o mundo.
Entre as principais novidades estão as rotas Joanesburgo–Kruger, operada pela AirLink, e Nacala–Joanesburgo, com início previsto para Fevereiro de 2026.
Segundo Fonseca, há ainda planos para fortalecer o Aeroporto da Beira, com o objectivo de o transformar num verdadeiro hub regional. “Estamos a trabalhar para lançar novas rotas Beira–Porto, Beira–Vietname e Beira–Dubai, criando uma rede aérea mais ampla e dinâmica”, afirma o administrador.
Com essa estratégia, cada aeroporto passa a ser uma plataforma de integração regional, capaz de responder à crescente procura por voos directos e ligações rápidas para o turismo, o comércio e a cooperação internacional.
Nacala: Símbolo da Nova Era da Aviação Moçambicana
Entre todos os investimentos em curso, o Aeroporto Internacional de Nacala é o maior símbolo da ambição nacional no sector da aviação.
Projectado para receber grandes aeronaves e operar voos intercontinentais, o aeroporto foi concebido como um polo de conexão entre o norte de Moçambique e o mundo. Moderno, tecnologicamente avançado e estrategicamente localizado, Nacala é hoje visto como peça-chave para o desenvolvimento económico e turístico da região norte.
A Aeroportos de Moçambique pretende transformar Nacala num centro de integração que conecte as regiões norte e centro ao mapa global da aviação. Para isso, aposta na atracção de companhias internacionais, em parcerias com operadores turísticos e no desenvolvimento de zonas comerciais complementares dentro e fora do terminal.
Beira, Vilankulo e Pemba: Pilares Regionais do Turismo Aéreo
Outros aeroportos estão igualmente a ganhar protagonismo. Vilankulo e Pemba destacam-se como portas de entrada para o turismo de praia e mergulho, enquanto a Beira consolida-se como eixo estratégico para o centro do país e corredor logístico regional.
O aumento da procura turística tem impulsionado o tráfego aéreo, tornando essencial a requalificação e modernização das infra-estruturas. “Acreditamos que o futuro do turismo passa pela conectividade. O viajante moderno quer facilidade, conforto e segurança — e nós estamos a trabalhar para oferecer exactamente isso”, reforça Fonseca.
Modernização, Sustentabilidade e Tecnologia
Além das novas rotas, a Aeroportos de Moçambique implementa um programa de modernização tecnológica e operacional, que inclui:
- expansão de terminais;
- melhoria da iluminação e sinalização das pistas;
- reforço da segurança operacional;
- e digitalização de serviços como check-in, gestão de bagagens e informações de voo.
Outro eixo prioritário é a sustentabilidade ambiental. Os aeroportos estão a adoptar práticas ecológicas, como a gestão eficiente de energia, o uso de fontes renováveis e a redução de emissões de carbono — em alinhamento com as metas globais do turismo verde.
Turismo e Desenvolvimento Económico de Mãos Dadas
O investimento em conectividade aérea está alinhado ao Plano Nacional de Desenvolvimento do Turismo, que prevê que o sector represente 10% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2030.
Para atingir esta meta, a melhoria da mobilidade aérea é apontada como fator decisivo, fortalecendo o turismo interno e posicionando Moçambique no mapa dos grandes destinos africanos.
Com novas rotas e aeroportos modernos, o país passa a competir com destinos consolidados da África Austral, como Tanzânia, Namíbia e África do Sul.
Vilankulo e Inhambane continuam a destacar-se pelo turismo de praia e mergulho, enquanto Gorongosa e Niassa ganham notoriedade no segmento de ecoturismo e safáris.
Impacto Económico e Novas Oportunidades
A abertura de novas rotas cria oportunidades que ultrapassam o sector da aviação.
Hotéis, operadores turísticos, transportadoras e pequenas empresas beneficiam directamente do aumento do fluxo de visitantes. O crescimento do tráfego aéreo também gera empregos directos e indirectos, estimula o empreendedorismo e fortalece as economias locais.
No entanto, o sucesso dessa estratégia depende de uma gestão integrada entre aviação, turismo e investimento, garantindo que cada aeroporto se torne não apenas um ponto de chegada, mas um polo sustentável de crescimento económico e social.
Moçambique de Portas Abertas para o Mundo
Com novas rotas, aeroportos requalificados e uma visão voltada para o futuro, Moçambique posiciona-se no centro do turismo mundial.
Mais do que ligar destinos, o país está a construir pontes — entre pessoas, culturas e oportunidades. Cada voo que chega representa mais do que um passageiro: representa uma nova página na história de um país que acredita no poder do turismo como força de desenvolvimento e união.
