A Ilha de Moçambique é uma cidade insular localizada na província de Nampula, na região norte de Moçambique, a qual deu nome ao país do qual foi a primeira capital. Dada à sua rica história, manifestada por um património arquitectónico, a Ilha foi considerada pela UNESCO em 1991, Património Mundial da Humanidade.
A Ilha é um dos destinos turísticos mais apreciados em Moçambique. Desde tempos remotos foi local de eleição para muitos viajantes e mercadores, facto que está na origem da sua enorme diversidade cultural e patrimonial. A actividade humana na região data do século III, iniciada pelos povos falantes das línguas Bantu e intensificada a partir do século V, período em que ocorreu a expansão e posterior fixação árabe.
Contexto histórico
A Ilha de Moçambique está localizada num recife de coral e está ligada ao continente por uma ponte com 3,80 km de comprimento, da autoria do engenheiro Edgar Cardoso. Construída na década de 1960, a ponte sofreu recentemente grandes obras de recuperação, estando totalmente reabilitada. A Ilha de Moçambique adquiriu o estatuto de cidade em 1818 e foi a primeira capital de Moçambique até 1898.
Quando Vasco da Gama ali aportou, em 1498, a ilha estava subordinada ao sultão de Zanzibar e era utilizada pelos árabes no seu comércio com o Mar Vermelho, a Pérsia, a Índia e as ilhas do Índico. Graças à sua situação geográfica estratégica, a cidade tornou-se um ponto de escala obrigatório das viagens de ida e volta dos navios da Carreira da Índia, entre Lisboa e Goa, e proveitoso entreposto comercial.
O interesse revelado por outras potências europeias justificou a construção do seu vasto e valioso património arquitectónico, que começou a ser erguido ainda em 1507, quando os portugueses ali construíram a Torre de São Gabriel, onde hoje se situa o Palácio dos Capitães-Generais.
Em 1991, a Cidade da Ilha de Moçambique foi classificada pela UNESCO, como Património Mundial da Humanidade.
Atracções da Ilha de Moçambique
A primeira cidade capital moçambicana, possui, entre outros monumentos de valor, a Capela de Nossa Senhora do Baluarte, datada de 1522, na extremidade norte da ilha (único exemplar de arquitectura manuelina em Moçambique), a Fortaleza de São Sebastião, a maior da África Austral, totalmente erigida, entre 1588 e 1620, com pedras do balastro dos navios, algumas das quais ainda se vêem na praia mais próxima.
A ilha está dividida em duas partes, a norte, a “Cidade de Pedra”, construída em pedra e cal e onde se encontram os principais monumentos e, a sul, a “Cidade Macuti”, material de construção tradicional feito com folhas de coqueiro. A maior parte dos residentes vive da pesca, da agricultura e do artesanato.
A população actual é principalmente descendente de imigrantes bantus que ali chegaram no ano 200 a.C. A influência dos árabes que ao longo de séculos aportaram à Ilha de Moçambique é ainda hoje particularmente evidente no idioma local, o Naharsa.