O canhu, também conhecido como ukanyi, é uma bebida tradicional de baixo teor alcoólico, profundamente enraizada na cultura das comunidades do sul de Moçambique. Produzida a partir do fruto do canhoeiro, esta bebida é apreciada não só pelo seu sabor, mas também pelo seu valor sociocultural e pelas propriedades afrodisíacas que lhe são atribuídas.
A preparação e o consumo do canhu são eventos que fortalecem os laços familiares e comunitários. Durante a época de frutificação do canhoeiro, é comum observar uma movimentação intensa de pessoas que se reúnem para partilhar esta bebida, promovendo visitas entre familiares e membros de diferentes comunidades. Este ritual não só reforça as relações sociais, mas também cria novas redes de solidariedade, essenciais para enfrentar desafios como calamidades naturais e questões de segurança alimentar.
Importância cultural do canhu
Em reconhecimento à importância cultural do canhu, várias regiões de Moçambique organizam festivais dedicados a esta bebida. O distrito de Guijá, na província de Gaza, realiza anualmente o Festival de Canhu, que em 2024 celebrou a sua IX edição no posto administrativo de Chivongoene. Este evento atraiu mais de cinquenta mil participantes, incluindo nacionais e estrangeiros, interessados em vivenciar e celebrar as tradições associadas ao canhu.
Outro destaque é o Festival de Canhu realizado no distrito de Matutuíne, na província de Maputo. Em Fevereiro de 2020, o regulado de Khaphezulo, na localidade de Salamanga, acolheu este evento que reuniu cerca de dez mil pessoas. O festival tem como objectivo a partilha de hábitos e culturas entre Moçambique, África do Sul e o Reino de Eswatini, celebrando o canhu como elemento central das festividades.
O Distrito de Marracuene não fica também atras. Anualmente realiza a 02 de Fevereiro, o festival Gwaza Muthini em homenagem aos heróis que tombaram na luta contra o domínio colonial português, onde o consumo de canhu é o centro das atenções dada a importância cultural que esta bebida carrega desde os tempos passados.
Estes festivais não apenas promovem o intercâmbio cultural e turístico, mas também servem como plataformas para expor as potencialidades agro-pecuárias das regiões anfitriãs, com destaque para a produção e consumo do canhu. A continuidade destas celebrações assegura a preservação e valorização de uma tradição que é parte integrante da identidade cultural moçambicana.
1 comentário
Ukanyi ibzwala bzwa ntumbuluku, inge nitolikuma svosvi…
Um afrodisíaco sem efeitos colaterais, ja diziam os mais velhos…
Mas também uma razão para os mais novos se juntarem aos mais velhos para buscarem experiências da vida.