Uma curiosidade que poucos moçambicanos conhecem: a introdução da nova série de notas e moedas em 2024 custou ao Estado cerca de 3,5 mil milhões de meticais, o equivalente a 54,2 milhões de dólares norte-americanos. A informação consta no relatório das Demonstrações Financeiras recentemente divulgado pelo Banco de Moçambique (BdM).
As novas notas começaram a circular no dia 16 de junho de 2024, data que coincide com as celebrações do Dia do Metical, e fazem parte de um esforço cíclico do banco central para reforçar a segurança, modernizar o design e adaptar a moeda às necessidades atuais do país.
Aumento do dinheiro em circulação
Segundo o mesmo relatório, no final de 2024, o valor total de notas e moedas em circulação atingiu os 85,3 mil milhões de meticais, acima dos 80,4 mil milhões registados em 2023. O custo da emissão foi também superior ao do ano anterior, quando o BdM gastou cerca de 3,2 mil milhões de meticais na produção de dinheiro físico.
Além disso, o Banco procedeu à inutilização de notas e moedas antigas, em circulação desde 2006, no valor de 8,7 mil milhões de meticais.
Por que o custo é tão elevado?
A produção de moeda envolve várias etapas complexas e tecnológicas. As novas notas incorporam elementos modernos de segurança, incluindo marcas de água, impressão tátil e outros dispositivos que dificultam a falsificação. Também incluem melhorias de acessibilidade, como recursos para pessoas com deficiência visual.
Vale lembrar que, segundo padrões internacionais, o custo com impressão de novas notas e cunhagem de moedas é amortizado ao longo de três a cinco anos — ou seja, o valor investido deve sustentar a circulação segura da moeda durante um período relativamente longo.
